Acordo estimula inclusão geodigital em pequenas propriedades

A Embrapa Territorial e a Associação Parque Científico Tecnológico do Sul da Bahia (PCTSB) formalizaram acordo para ampliar o uso da tecnologia em desenvolvimento no projeto “Inclusão Geodigital e Gestão Territorial de Unidades de Produção de Base Familiar (IGGTS)”. Trata-se de um questionário geodigital proposto para gerar o índice multicritério de sustentabilidade de unidade de produção agrícola ou de forma coletiva (associações de produtores ou cooperativas), a partir da avaliação de cinco critérios (governança, ambiental, social, agropecuário e econômico). Nos próximos meses, a ferramenta entrará em fase de testes e validação com as comunidades amazônicas – público-alvo do projeto. Vencidas estas etapas, ela poderá ser ajustada para outras comunidades e sistemas produtivos do Brasil.

Para isso, o PCTSB é visto como um parceiro estratégico na evolução do processo de prototipação da ferramenta geodigital da Embrapa, e poderá auxiliar a inseri-la no mercado. O acordo firmado garantirá a primeira experiência com os produtores de cacau.

O parque está envolvido em projetos para promover o desenvolvimento regional da cacauicultura. Dentre seus parceiros, está a Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac), do Ministério da Agricultura. O polo conta também com um Centro de Inovação do Cacau (CIC), estrutura moderna de apoio à pesquisa e à inovação com o objetivo de construir, consolidar e difundir o conhecimento sobre o cacau e o chocolate de qualidade.

Cristiano Villela Dias, secretário-geral do parque, elogiou a expertise e atuação da Embrapa em nível nacional e acredita que essa cooperação poderá estender o alcance da PCTSB para outras regiões produtoras de cacau no país. “A cultura vem se espalhando, se expandindo em áreas em que a Ceplac não atuava e que Embrapa já atua”, disse.

O pesquisador João Alfredo Mangabeira, líder do projeto IGGTS, ressalta que a Embrapa levará um ferramental importante ao setor de cacau. Como ele observa, o produto poderá auxiliar as formas coletivas de produção no enfrentamento dos desafios e no alcance de metas de sustentabilidade, além de contribuir para a geração de serviços ecossistêmicos nacionais e globais. “Com esses critérios e seus indicadores, com o índice de sustentabilidade e outras avaliações pelo enfoque bioeconômico, é possível ajudar os agricultores a fazerem a gestão territorial no ponto de vista sustentável”, disse.

Mangabeira ressalta que existe uma forte exigência dos investidores e compradores por indicadores ambientais, sociais e de governança dos sistemas de produção agrícola. Nesse quesito, a ferramenta da Embrapa será estratégica para que os produtores de cacau adotem práticas sustentáveis e, com isso, tornem-se mais competitivos no mercado.

A parceria poderá abranger outras culturas. O parque também possui projetos em piscicultura, cultivos florestais madeireiros, exploração da biodiversidade e os ativos florestais. “Os geoindicadores são ajustáveis para outras culturas, e o parque, por envolver diferentes atores, pode abrir o horizonte para explorarmos estas outras práticas de cultivo”, disse Daniela Maciel, supervisora de Transferência de Tecnologia da Embrapa Territorial.

No âmbito desta colaboração, o Parque Tecnológico está estruturando um ambiente para receber pesquisadores da Embrapa. O espaço contará com sala de reunião, estrutura de internet, e será compartilhado com profissionais dedicados a projetos no sul da Bahia.

Convênio com a Embrapa

O acordo de cooperação técnica estendeu a parceria para todos os centros da Embrapa. “Essa ampliação é relevante porque o parque consegue envolver atores de diferentes instituições, com a capacidade de atrair recursos muito diferentes para a Embrapa. Esse pode ser canal para outras Unidades terem uma porta de entrada para projetos Tipo III e terem a possibilidade de desenvolver outras frentes junto ao parque”, disse Daniela Maciel.

Projeto IGGTS

O projeto recebe recursos do Fundo Amazônia e prevê a criação de um questionário geodigital – para tablet e celular – em observância dos indicadores de sustentabilidade definidos juntamente com representantes das comunidades amazônicas. O questionário será testado e validado no próximo ano em oficinas realizadas com jovens e filhos de pequenos agricultores amazônicos. A ferramenta está sendo criada como apoio à gestão das propriedades.

Parque Tecnológico

Formada em 2015, a Associação Parque Científico e Tecnológico do Sul da Bahia está localizada na microrregião de Ilhéus-Itabuna. É composta por instituições públicas (Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira – CEPLAC, Instituto Federal da Bahia – IFBA; Instituto federal Baiano – IFbaiano; Universidade Estadual Santa Cruz – UESC; Universidade Federal do Sul da Bahia – UFSB); representantes de segmentos do terceiro setor e empresariais (Instituto Arapyaú; CEPEDI- Centro de Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico em Informática e Eletroeletrônico; o SINEC – Sindicato da Indústria de Aparelhos Elétricos, Eletrônicos, Computadores, Informática e Similares de Ilhéus e Itabuna, ABAF – Associação Baiana das Empresas de Base Florestal; a FAEB-Federação de Agricultura do Estado da Bahia; AIPC – Associação Nacional das Indústrias Processadoras de Cacau) e de Governo (SECTI – Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação da Bahia).

Embrapa Territorial (MTb 2625 CE)


Fonte: Embrapa Territorial

Business Intelligence do Cacau

Levantamento de informações objetivas sobre a cadeia cacau/ chocolate que sirvam de base para definir uma agenda, mais clara e comum para a cadeia. Quantos produtores existem no Brasil? Como estão organizados? Qual a área plantada no Brasil? Por região? Qual é a produtividade média no Brasil? Por região? Que qualidade de cacau e produzida? Quais variedades estão disponíveis? Quantos intermediários comercializam cacau? Em quais regiões?

Esse grupo vai definir os caminhos para essa construção partindo de informações secundárias e propondo, se necessário, novas frentes de pesquisa. O grupo deverá também, explorar de que maneira esses dados serão compartilhados.

As informações desejáveis seriam as que naturalmente se fazem necessárias no processo produtivo rural: área; produção produtividade. Adicionaria: idade das plantas (% anos => 0-5; 6-10; 10-20; 20-30; > 30 anos); espaçamento (cálculo da produtividade/planta; densidade); sistemas de produção (cabruca; SAF; pleno Sol)

Escopo de trabalho definido em reunião em 1/07/2016:

  1. Definir o que temos em mãos:
    • Dados IBGE, trabalhos publicados, Thomas Hartmann, etc…
    • Já estamos fazendo um levantamento paralelo. Resta saber como podemos maximizar esse levantamento.
  2. Identificar os gaps:
    • Podemos trazer nomes de atores relevantes para a discussão, seja como membros permanentes, seja como convidados pontuais “Ad Hoc”
    • Sugestão de envolver consultoria externa (instituições públicas e privadas – ex.: IBGE; ESALQ/CEPEA; FVG; outras) para um diálogo prévio, levantamento de viabilidade de investimentos; cenário/
    • desafios/interesses comuns. Uma reunião em SP poderia ser adequada para traçarmos um plano de ação a ser apresentado aos agentes desta cadeia produtiva, para a soma de esforços com objetivos coletivos. Para esta ideia/iniciativa, seria interessante levarmos os dados disponíveis para uma 1ª. avaliação (incluindo SEAGs; TH; etc.).
    • Conhecer os principais consultores de cacau do Brasil, criar uma lista desses atores e de como eles podem contribuir com este levantamento da cadeia.
    • Foi sugerido começarmos mapeando algumas fazendas em áreas estratégicas do Brasil. Podemos estabelecer uma meta de mapear 15 fazendas (pequenas, médias e grandes) nas regiões produtoras do Brasil e começar um banco de dados que possa ser compartilhado.
    • Definir uma parceira de tecnologia para coleta de dados agrícolas e automatização da coleta de dados.(Agrotools? Agroícone?)